“Dias atrás um artigo do Nobel de Economia e comentarista do NY Times Paul Krugman chamava a atenção para o mundo de fantasia em que vivem os candidatos republicanos à presidência dos EUA. Dizia ele que o que o bando de candidatos fala parece vir de um outro planeta, não deste em que vivemos.
Ele prosseguia dizendo que o assustava a
perspectiva de que algum deles pudesse chegar lá (e podem!) porque os desmandos
que farão, a se acreditar no que prometem, não têm limites. Vivem num mundo em
que cortar impostos é tudo e fazer investimentos sociais é nada; em matéria de
política externa são absolutamente retrógrados, não veem qualquer relação entre
aquecimento global e atividade industrial, automóveis etc.; querem podar os
poderes das agências de meio ambiente; preveem um mundo sem sindicatos e sem
poder de barganha para os trabalhadores; e por aí se vão.
Durante muito tempo pensei que esse tipo de
autismo fosse característico apenas da direita brasileira. Agora vejo que não.
Também me assusta esse grau de descolamento que a grande maioria dos políticos
europeus vem manifestando, continuando aferrados ao modelo do Consenso de
Washington, agora morto, mas, como um vampiro, redivivo no Consenso de
Bruxelas.
Continuam apregoando o calote... no povo
grego, no português, no irlandês, no espanhol, no italiano etc. como a maneira
"segura" de resolver a crise da dívida pública, quando todas as
pessoas, não só de bom senso, mas com algum senso, vêm insistindo na tecla de
que, ao invés de diminuir, é necessario aumentar os investimentos sociais para
criar empregos, aumentar poder aquisitivo, demanda etc. Parece não haver
possibilidade de furar a parede que esse consenso criou em torno das suicidas
"políticas de austeridade".
Agora apareceu mais um tipo de autismo,
muito curioso, nas páginas do NY Times do sábado, coincidindo com os
manifestações mundiais do movimento "Occupy..." o espaço que estiver
ao alcance do olhar. É o autismo dos banqueiros, em particular dos de Wall
Street, alvo da primeira manifestação do gênero contra o sistema financeiro,
que agora se espalharam pelo mundo todo.”
Flavio Aguiar, Rede Brasil Atual
Artigo Completo, ::Aqui::
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