A presidente Dilma Rousseff chegou a Nova York por volta das 6h30 no 
horário local (7h30 em Brasília) deste domingo (18) e passa o dia sem 
compromissos oficiais, de acordo com a assessoria de imprensa da 
Presidência da República.
Ela participará nesta semana de diversas reuniões bilaterais com outros
 chefes de Estado e na quarta-feira (21) fará o discurso de abertura da 
Assembleia Geral das Nações Unidas.
 Presidente Dilma Rousseff é cumprimentada na chegada ao Hotel Waldorf 
Astoria, onde ficará hospedada (Foto: Roberto Stuckert Filho / 
Presidência) 
A agenda nos Estados Unidos inclui também uma série de reuniões sobre 
segurança nuclear, participação das mulheres na política e aquecimento 
global.
As reuniões bilaterais previstas são com o presidente dos EUA, Barack 
Obama, da França, Nicolas Sarkozy, do México, Felipe Calderón, e com o 
primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.
Na próxima quarta-feira (21), às 9h, Dilma se tornará a primeira mulher
 a fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. O Brasil 
tradicionalmente inaugura a assembleia por ter sido o primeiro país a 
aderir ao organismo internacional, em 1945.
Cronograma
Na segunda (19), às 10h, Dilma participa da abertura da Reunião de Alto
 Nível sobre Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, onde discursa sobre a 
experiência brasileira na área de política de saúde. “O objetivo é 
tratar da prevenção e controle de doenças não-transmissíveis em todo o 
mundo”, disse o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena.
A saúde tem sido tema constante nos discursos de Dilma, que defende um 
"debate" sobre a criação de uma nova fonte de financiamento para o 
setor. Uma das possibilidades seria um imposto sobre transações 
financeiras, nos moldes da extinta CPMF, mas cuja arrecadação fosse 
exclusivamente destinada para o Sistema Único de Saúde. Parte dos 
recursos da CPMF era destinada à Previdência Social.
De tarde, às 15h, Dilma participa de reunião da ONU sobre a 
participação das mulheres na política. A presidente foi convidada pela 
ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, que é diretora-executiva da 
ONU Mulher, agência das Nações Unidas criada em 2010. “O objetivo é 
reforçar a atenção internacional para a necessidade de incluir mulheres 
na política”, explicou Baena.
Na terça-feira (20), às 13h30, Dilma terá reunião bilateral com o 
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Dilma tem criticado as 
medidas tomadas pelos EUA para combater a turbulência financeira. Em 
entrevista na última quarta (15), a presidente afirmou que falta ao 
governo norte-americano "decisão política" que estimule investimentos e 
"recicle" o endividamento da população.
Às 14h, Dilma lança, ao lado de Obama, a iniciativa "Parceria para 
Governo Aberto" ("Open Government Partnership", em inglês), que visa 
difundir práticas como transparência orçamentária e acesso a informações
 públicas. O Brasil é coautor do projeto a convite do presidente 
norte-americano.
De acordo com o porta-voz da Presidência, Dilma poderá citar como 
exemplo de transparência a proposta de criação da Comissão da Verdade, 
que prevê a criação de um grupo para apurar violações aos direitos 
humanos de 1946 a 1988, incluindo a ditadura militar.
A presidente deve falar também do projeto de lei que amplia o acesso a 
informações governamentais e prevê o fim do sigilo eterno dos documentos
 públicos. As duas propostas estão em tramitação no Congresso Nacional. 
Após o evento, Dilma se reúne com o presidente do México, Felipe 
Calderón.
De noite, às 19h30, a presidente recebe o "Wilson Award for Public 
Services", prêmio oferecido pelo Woodrow Wilson Internacional Center for
 Scholars a personalidades que tenham contribuído para a melhoria dos 
serviços públicos. Entre os brasileiros que já receberam a homenagem 
está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Assembleia da ONU
Na quarta-feira (21), às 8h30, Dilma tem audiência com o 
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Em seguida, às 9h, ela faz o 
discurso de abertura do Debate Geral da 66ª Assembleia-Geral das Nações 
Unidas. No evento, chefes de Estado de mais de 190 países irão tratar, 
entre outros temas, do futuro político da Líbia, que vive uma guerra 
civil desde fevereiro deste ano, quando grande parte da população se 
rebelou contra a ditadura de 42 anos do coronel Muhammar Kadhafi.
A ONU deverá decidir se apoia formalmente o Conselho Nacional de 
Transição (CNT) líbio, formado pelos rebeldes que lutam contras as 
forças de Kadhafi. A tendência é de que as Nações Unidas defendam que o 
CNT assuma o poder provisoriamente e organize eleições.
Ao longo da tarde de quarta, Dilma terá reuniões bilaterais com o 
presidente da França, Nicolas Sarkozy, e com o premiê do Reino Unido, 
David Cameron. De acordo com o Planalto, mais de 40 países pediram 
audiências com Dilma. Devido à agenda apertada, a presidente precisou 
selecionar.
Segurança Nuclear
Na quinta-feira (22), Dilma irá participar da Reunião de Alto Nível 
sobre Segurança Nuclear. Chefes de Estado deverão avaliar a segurança de
 usinas nucleares como fontes de energia. Em março deste ano, um 
terremoto no Japão provocou vazamento radioativo na usina nuclear 
Fukushima Daiichi, em Okumamachi, na província de Fukushima.
“A reunião terá o objetivo de assegurar que o uso da energia nuclear 
para fins pacíficos se dê com o máximo nível de segurança. Tratará ainda
 da preparação contra desastres nucleares”, disse Rodrigo Baena.
A previsão é de que Dilma embarque de Nova York na noite de 
quinta-feira e chegue a Brasília na manhã de sexta (23). A comitiva 
brasileira na viagem aos EUA será formada pelos ministros de Relações 
Exteriores, Antonio Patriota, da Saúde, Alexandre Padilha, do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, do 
Esporte, Orlando Silva, da Secretaria de Comunicação Social, Helena 
Chagas, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
Do G1, em Brasília